Renata
de Souza*
Há pouco tempo fui interrogada sobre o sentido da escrita
em minha vida. - "Por que você escreve?" Inicialmente, não soube
responder. Não tinha uma resposta elaborada. Ler, foi algo natural. Cresci numa
família que estimulava a leitura, de tudo: imagens, rótulos, revistas, placas
de trânsito, livros, gibis, jornais... Escrever é ato imperativo. Eu apenas me
apropriei da ideia. Uma necessidade. Uma forma de estar, de elaborar minhas
percepções sobre o gesto de existir, minhas crenças, dúvidas, meus signos,
afetos. Eu não planejo a escrita, mas em determinados momentos, ela se impõe a
mim. As palavras me rondam. Escrevo como quem habita um território muito
pequeno que necessita de alargamento. A potência criadora da palavra me atrai,
mas também a energia para romper limites pré estabelecidos. A palavra
transgressora. Que encara os ritos e torna possível a ruptura com o não
desejável, os desconfortos.
Recentemente, recebi o convite para integrar a Academia
de Letras, Arte, Cultura e Humanidades de São José de Ubá. Alegria. Parte de
minha história pessoal está ligada a essa aldeia, minhas referências paternas.
Hoje, recebi um presente do presidente, quando, através de uma mensagem me diz.
- "Sua patrona Nacional é Hilda Hilst". Gratidão. Orgulho. José
Inácio, você acertou em cheio! E é a própria Hilda que me oferece a resposta
para perturbadora pergunta. Por que
escrevo?
"Quando você chega a um limite extremo, você procura
alguns caminhos de salvação". Escrevo como quem abre caminhos. Auto
remição.
*
Historiadora, professora e cronista
Nova acendedora do Pavio Curto, Renata de Souza Silva nasceu em 14 de
setembro de 1971, em Valença, RJ, sendo a primeira filha de Sérgio Alves da
Silva e Maria Teresa de Souza Silva.
A condição de engenheiro civil do pai,
fez com que durante a infância, vivesse em diferentes cidades, pequenas e
grandes, experimentando realidades diversas. Das brincadeiras de pique, roda,
passeios a cavalo, rodas de violão às noites de sábado quando saia com amigos
para dançar nas boates e ouvir um bom Rock. Das escolas tradicionais, inclusive
religiosas, às escolas onde o conhecimento era construído sem a necessidade de
ser pontuado. Aprendeu a ler muito cedo. De palavras soltas a rótulos de
produtos, livros, gibis, jornais, revistas. Uma paixão.
Em 1997, concluiu a Faculdade de
História, sendo especialista em História do Brasil. É professora da rede
pública de ensino e tem a sala de aula como um espaço sagrado para elaboração e
troca de conceitos com seus alunos do Ensino Médio, no Colégio Estadual Dez de
Maio, na cidade de Itaperuna, onde reside junto a Clarisse e a Isadora, suas
filhas, companheiras de vida e parceiras nos sonhos.
Já na juventude iniciou a escrita das
primeiras crônicas, impressões, experiências, afetos e tarefas do cotidiano
registradas em agendas, folhas avulsas de cadernos. Nunca deixou de escrever.
Atualmente, desenvolve e apresenta sua escrita por meio das redes sociais.
Bem-vinda!!💣
Sem comentários:
Enviar um comentário